quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

É possível recuperar o sono perdido no fim de semana: mito ou realidade? por: Afonso Bazolli

28 de janeiro de 2014 - 18:00
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Por: Natasha Romanzoti
Você já deve ter ouvido falar da importância do sono para a saúde. Por exemplo, pesquisas indicam que mesmo poucos dias mal dormidos podem ter efeitos adversos, incluindo aumento da sonolência durante o dia, pior desempenho durante o dia, aumento de moléculas que são um sinal de inflamação no corpo, e regulação prejudicada de açúcar no sangue.
Alguns desses fatores podem ser parcialmente responsáveis pela maneira como o sono ruim afeta negativamente a saúde e encurta a expectativa de vida.
Na sociedade moderna, entretanto, é difícil cumprir todas as nossas tarefas e dormir o tempo necessário ao mesmo tempo. O que acontece é que muitas pessoas “compensam” o sono perdido durante a semana de trabalho dormindo mais no final de semana.
Mas será que essa “recuperação de sono” pode reverter adequadamente os efeitos adversos causados durante todo o resto da semana?
A pesquisa
Para ajudar a responder a essa pergunta, pesquisadores liderados por Alexandros N. Vgontzas da Universidade Penn State (EUA) pediram que 30 voluntários dormissem em um laboratório.
Os adultos saudáveis foram colocados em uma programação de 13 dias que envolveu diferentes rotinas de sono. Durante as primeiras quatro noites, os indivíduos foram autorizados a dormir por 8 horas, estabelecendo uma linha de base para uma quantidade saudável e normal do sono. Nas próximas seis noites, os pesquisadores acordaram os voluntários até 2 horas mais cedo. Para as três noites seguintes, os indivíduos foram autorizados a dormir por 10 horas.
Os pesquisadores monitoraram as ondas cerebrais dos voluntários durante estas sessões de sono. Eles também tiveram que passar dias inteiros no laboratório participando de vários testes, após 4 dias de sono normal, após 5 dias de sono restrito e após 2 dias de sono de recuperação.
Nestes dias, os cientistas inseriram cateteres nos braços dos adultos para coletar sangue a cada hora e testá-lo para níveis de interleucina-6 (um marcador de inflamação) e cortisol (um hormônio secretado durante o estresse). Os voluntários também participaram de um teste sobre quão rapidamente adormeciam quando autorizados a cochilar várias vezes durante esses dias (uma medida objetiva de sonolência) e preencheram questionários para avaliar quanto sono sentiam (uma medida subjetiva de sonolência).
Para avaliar o seu desempenho, os adultos participaram de testes em que foram convidados a apertar um botão sempre que um ponto aparecia em uma tela, o que media o quão capazes eles eram de prestar atenção.
Resultados
Não surpreendentemente, os pesquisadores descobriram que a sonolência dos voluntários aumentou significativamente após a restrição de sono (tanto subjetivamente quanto objetivamente), mas retornou ao normal (à base estabelecida inicialmente) após o sono de recuperação.
Os níveis da interleucina-6, molécula marcadora da quantidade de inflamação presente no corpo, aumentaram significativamente durante a restrição do sono, mas também voltaram ao normal após a recuperação. Os níveis do cortisol, marcador de estresse, não se alteraram durante a restrição do sono (o que pode sugerir que os voluntários já estavam privados de sono antes do estudo começar), mas ficaram significativamente menores após a recuperação.
No entanto, as medidas dos testes de desempenho que avaliavam a capacidade de atenção dos voluntários se deterioraram significativamente após a restrição do sono e não melhoraram após a recuperação.
Este último resultado sugere que o sono de recuperação em apenas um fim de semana não pode reverter todos os efeitos adversos do sono perdido durante a semana.
Conclusão
Embora muitos indicadores de saúde e bem-estar tenham melhorado após o sono de recuperação, os resultados indicam que o sono extra do fim de semana não pode resolver todos os déficits causados pelo sono perdido durante a semana de trabalho.
“Duas noites de sono de recuperação prolongado pode não ser suficiente para superar os défices de alerta comportamentais resultantes da restrição de sono”, escrevem os autores. “Isso pode ter implicações importantes para pessoas com profissões críticas, tais como profissionais de saúde, de segurança e funcionários do sistema de transporte (motoristas, pilotos, etc)”.
Por fim, os pesquisadores informam que as descobertas só fornecem dicas sobre os efeitos na saúde de uma única semana de perda de sono e recuperação, e que repetir esse ciclo frequentemente pode ter efeitos na saúde ainda maiores ou mais importantes, que a pesquisa não pode mostrar.
“Os efeitos a longo prazo de um ciclo de restrição e recuperação de sono semanal em humanos ainda é desconhecido”, afirmam. [MedicalXpress].

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